terça-feira, 4 de agosto de 2009

Na beira do rio.

O poema descabou-se.

A graça para ele
era cousa de poesia
moça de pouca sorte

para coisas que se herdam
não há escolhas
de olhos postos no espelho
reconheço-me
Nem para musa presto!

Suspiro versos velhos
enquanto os olhos na ponte
derramam-se.

Alívio,

não herdaram
assinaturas.

3 comentários:

Poeta do Simples disse...

"de olhos postos no espelho
reconheço-me
Nem para musa presto!"

... mal sabe ela! rs

deixando a brincadeira de lado, aquele tempo em que te lia, te ouvia e te sentia todos os dias me fazia inspiradoramente alguem melhor!

Saiba disso! Reconheço tua luz a cada linha... a cada som, a cada gesto teu imaginado por este bobo menino que sera por ti eternamente apaixonado
Saiba disso!

Alexandre Spinelli Ferreira disse...

Entre descaberes e descabares, desinícios que não houveram, sinto-me pequeno, no fundo do espelho, espiando tua tão confusa conclusão de musa...

Saudades, só saudades...

Cel Bentin disse...

a alfabetização da própria voz compreende uma vida toda, se descobre na escrita dos dias, não é hereditária nem cabe em testamentos.

belo texto. bjo